














Ferramentas cansadas
Felipe Rezende
grafite e nanquim sobre papel algodão
políptico, 15 partes: 30x21cm cada
2021
A proximidade que Felipe retrata ferramentas em desuso com ossos do corpo humano na série ‘ferramentas cansadas’ reflete como um ‘corpo de trabalho’ é visto e descartado como um objeto. O corpo é ferramenta e a ferramenta é corpo. Essa obra retrata um sentimento histórico, de luta e de resiliência, sendo testados e humanizados para abrir caminho a uma nova consciência subjetiva.
Em ‘O uso dos objetos’, o filósofo francês Nicolas Bourriaud, nos explica a diferença, cunhada por Marx, entre ferramentas naturais de produção (por exemplo, trabalhar a terra) e ferramentas de produção criadas pela civilização. “No primeiro caso, argumenta Marx, os indivíduos estão subordinados à natureza. No segundo, lidam com um "produto do trabalho", isto é, capital, uma mistura de mão de obra e ferramentas de produção. Estes só são mantidos juntos pela troca, uma transação inter-humana incorporada por um terceiro termo, dinheiro.”[1]
Essa assemelhação entre mão de obra e ferramentas de produção regidas pelo dinheiro, sintetiza de forma direta o comentário de Felipe ao aproximar partes do corpo humano com ferramentas de trabalho. Ambos, a serviço do mesmo capital, se movimentam na mesma direção, mas são levados a um ponto de exaustão que nos faz vislumbrar uma revolução, uma retomada de poder. Felipe retrata um sintoma e aponta para uma direção.
Catarina Duncan para a exposição “Sonho, queda livre”, RV Cultura e Arte. (novembro de 2022).
Felipe Rezende
grafite e nanquim sobre papel algodão
políptico, 15 partes: 30x21cm cada
2021
A proximidade que Felipe retrata ferramentas em desuso com ossos do corpo humano na série ‘ferramentas cansadas’ reflete como um ‘corpo de trabalho’ é visto e descartado como um objeto. O corpo é ferramenta e a ferramenta é corpo. Essa obra retrata um sentimento histórico, de luta e de resiliência, sendo testados e humanizados para abrir caminho a uma nova consciência subjetiva.
Em ‘O uso dos objetos’, o filósofo francês Nicolas Bourriaud, nos explica a diferença, cunhada por Marx, entre ferramentas naturais de produção (por exemplo, trabalhar a terra) e ferramentas de produção criadas pela civilização. “No primeiro caso, argumenta Marx, os indivíduos estão subordinados à natureza. No segundo, lidam com um "produto do trabalho", isto é, capital, uma mistura de mão de obra e ferramentas de produção. Estes só são mantidos juntos pela troca, uma transação inter-humana incorporada por um terceiro termo, dinheiro.”[1]
Essa assemelhação entre mão de obra e ferramentas de produção regidas pelo dinheiro, sintetiza de forma direta o comentário de Felipe ao aproximar partes do corpo humano com ferramentas de trabalho. Ambos, a serviço do mesmo capital, se movimentam na mesma direção, mas são levados a um ponto de exaustão que nos faz vislumbrar uma revolução, uma retomada de poder. Felipe retrata um sintoma e aponta para uma direção.
Catarina Duncan para a exposição “Sonho, queda livre”, RV Cultura e Arte. (novembro de 2022).
[1] BOURRIAUD, Nicolas. Pós-produção: como a arte reprograma o mundo contemporâneo, 1 ed. São Paulo: Martins Editora, p. 19, 2009.

Arriado
da série Tempestade, bonança, tempestade
Felipe Rezende
óleo sobre lona locomotiva
67x90cm
2022

da série Tempestade, bonança, tempestade
Felipe Rezende
óleo sobre lona locomotiva
67x90cm
2022

da série Tempestade, bonança, tempestade
Felipe Rezende
óleo sobre lona locomotiva
67x90cm
2022


Orgulho ao povo brasileiro
Isabela Seifarth
acrílica sobre tela
100x90cm
2023
Ao se pensar na herança deixada pela arte barroca no Brasil, lembramos do termo em latim “horror vacui”, que significa horror do vazio, o que leva a pensar na estética de acúmulos decorativos inseridos em equipamentos usais do nosso cotidiano: como casas, padarias, bares, barbearias; e ao pensar na imagem destes lugares na linguagem da pintura, o que passa a importar agora não são os objetos da representação do lugar de forma isolada, e sim o conjunto e a disposição deles dentro do ambiente, trazendo a sensação de caos, mas ao mesmo tempo uma harmonia visual que pode ser organizada através da fragmentação das cores vivas que ocupam as telas.
Essa ideia de preenchimento/acúmulo também está presente nas da representação das festas e manifestações populares de um povo brasileiro, nestes trabalhos de forma mais específica, trago as imagens a partir de arquivos da festa ‘Senhor Bom Jesus dos Navegantes’, do fotógrafo Marcel Gautherot.

Isabela Seifarth
acrílica sobre tela
44x87cm
2022

Com qualquer 2 mil réis
Marcos da Matta
acrílica sobre tela
100x70cm
2022
Marcos da Matta
acrílica sobre tela
100x70cm
2022

Marcos da Matta
acrílica sobre tela
50x50cm
2020

Herança
Marcos da Matta
acrílica sobre tela
40x50cm
2021

série Habitar é obra
Milena Ferreira
acrílica sobre azulejos
49x58cm aprox. (políptico)
2022
Sobre esta série, a curadora Galciani Neves escreve: “ Para quem sempre teve onde morar, qualquer é uma qualidade fácil de ser atribuída. Nos trabalhos de Milena, o qualquer aponta, ao contrário, para uma essência da noção de casa, que surge nas pinturas sobre azulejos, como pequenos territórios avistados de perto. São vistos, assim, como arranjos ou gambiarras que se dão na casa quando esta ganha textura dos corpos que ali se encontram. Ou como diz a artista acerca do trabalho Habitar é obra: “sobreposições de itens do nosso dia a dia que reforçam a ideia de habitar esse local/espaço que chamamos de casa. Essas pequenas obras do cotidiano são resultado da relação plástica que existe entre o sujeito e o local que ele habita: objetos afetivos, uma bagunça momentânea (ou não), manias, sobreposições de itens do nosso dia a dia”.
Milena Ferreira
acrílica sobre azulejos
49x58cm aprox. (políptico)
2022
Sobre esta série, a curadora Galciani Neves escreve: “ Para quem sempre teve onde morar, qualquer é uma qualidade fácil de ser atribuída. Nos trabalhos de Milena, o qualquer aponta, ao contrário, para uma essência da noção de casa, que surge nas pinturas sobre azulejos, como pequenos territórios avistados de perto. São vistos, assim, como arranjos ou gambiarras que se dão na casa quando esta ganha textura dos corpos que ali se encontram. Ou como diz a artista acerca do trabalho Habitar é obra: “sobreposições de itens do nosso dia a dia que reforçam a ideia de habitar esse local/espaço que chamamos de casa. Essas pequenas obras do cotidiano são resultado da relação plástica que existe entre o sujeito e o local que ele habita: objetos afetivos, uma bagunça momentânea (ou não), manias, sobreposições de itens do nosso dia a dia”.

Milena Ferreira
acrílica sobre azulejos
32x24cm aprox. (díptico)
2022

série Habitar é obra
Milena Ferreira
acrílica sobre azulejos
20x24cm aprox. (díptico)
2022

série Habitar é obra
Milena Ferreira
acrílica sobre azulejos
28x16cm aprox. (díptico)
2022