A questão permanece. Quem é esse animal que se inventa a si próprio? A frase impregna de enigmas desenhos e pinturas. Voltamos a miniatura da Bíblia Hebraica, será que se acerca o fim dos tempos e que nos estamos reconciliando com nossa animalidade?
Desde 2020, a rua, tornou-se perigosa, intransitável, (talvez já o era antes, mas estávamos sob outras as ameaças), nós mesmos nos tornamos perigosos transmissores de um vírus incurável. Nosso presente tem se tornado a pior das distopias. E então, Brígida Campbell começa a pintar e suas telas nos arrastam para esse mundo quente e colorido, aconchegante e luminoso, por onde transitam signos, símbolos, e bestas translúcidas, um mundo que quase estávamos esquecendo.
Maria Angélica Melendi