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Vânia Medeiros

Salvador, 1984
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︎ATLÂNTIDA   ︎ART MADRID 2018   ︎HORIZONTE DE EVENTOS ︎ENSAIO PARA COREOGRAFIA SEM O USO DA CABEÇA
︎CADERNO DE CAMPO 2

Vânia Medeiros busca abordagens transdisciplinares em seus processos de criação e tem dialogado com saberes da etnografia arquitetura, geografia, design e educação. Tem o desenho como dispositivo de investigação que, em interação com outras linguagens expressivas, ganha suportes diversos nos espaços expositivos e no livro impresso.

Sobre seu trabalho, a curadora Valquíria Prates escreveu: “Sozinha ou acompanhada de outros pesquisadores-colaboradores, Vânia se coloca em estado combustão a cada nova pesquisa que tem no desenho seu ponto de contato com a realidade. Em seu modus operandi investigativo, a artista agencia outros desejantes de integrar as etapas rigorosas e fluidas de seu programa de deslocamento por terra, água, ar, paredes e papéis – espaços gestados entre ficção e realidade”.

Projetos selecionados incluem residências artísticas em países como Equador, Colômbia e Alemanha; as exposições individuais "Atlântida" e "Horizonte de eventos" na galeria RV Cultura e Arte, em 2016 e 2020, respectivamente; sua participação no 36º Panorama da Arte Brasileira: Sertão, com curadoria de Júlia Rebouças; e mais recentemente, em parceria com Beatriz Cruz, "Conversações", uma série de ativações da obra "deposição", de Daniel de Paula, Marissa Lee Benedict e David Rueter, parte da 34ª Bienal de São Paulo. Vânia também foi finalista, em 2017 e 2018, ao Prêmio Select de Arte e Educação com o projeto "Caderno de Campo" e, em 2020, sua obra passa a integrar o acervo do Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM).
Vânia Medeiros seeks transdisciplinary approaches in her creation processes and has estabeleshed a dialogued with knowledges from ethnography, architecture, geography, design and education. She uses drawing as an investigation device that, interacting with other expressive languages, gains different supports in exhibition spaces and in the printed book.

About her work, curator Valquíria Prates worte: “Alone or accompanied by other researchers-collaborators, Vânia puts herself in a combustion state in each new research that has in her drawing a contact point with reality. In her dela investigative modus operandi, the artist manages others wanting to be part of the strict and fluid stages of her program of displacement on earth, water, air, walls and papers - generated spaces between fiction and reality”.

Selected projects include artistic residencies in countries such as Equador, Colombia and Germany; solo exhibitions “Atlântida” and “Horizonte de eventos” at RV Cultura e Arte, in 2016 and 2020, respectively; a participation at 36º Panorama da Arte Brasileira: Sertão, curated by Júlia Rebouças; and most recently, in partnership with Beatriz Cruz, "Conversações", a series of activations of the artwork ”deposição", by Daniel de Paula, Marissa Lee Benedict and David Rueter, part of 34ª Bienal de São Paulo. Vânia was also a finalist, in 2017 and 2018, of the prize Select de Arte e Educação with the project "Caderno de Campo" and, in 2020, her work is acquired for the collection of Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM).

Obras disponíveis









Ao entender o corpo como instituição e unidade mínima territorial, Vânia Medeiros inicia o mapeamento desta porção micropolítica do todo. Esta nova etapa intitulada Estudos de Anatomia é um aprofundamento da investigação prévia da artista sobre estudos de cartografia. Ao fundir o coletivo com o singular, a artista retoma a temática da biopolítica. ainda pouco explorado, este tema cunhado por Foucault é a célula embrionária para desenvolvimento do conceito mbemberiano de Necropolítica. Numa aproximação da percepção anatômica com a cartografia afetiva dos territótios, a artista retoma o debate, agora sob uma nova possibilidade interpretativa.

Ana Beatriz Almeida em curadoria para o setor UNI, ArPa 2022


De súbito, um caminho.

Por vezes, o que parece único é plural, o que é plural será ainda mais. Aqui, os caminhos que eternamente se bifurcam, possuem um tênue equilíbrio entre a aproximação e a distância. Uma fantasia, diriam alguns. Outros contam que Platão soprou aos ouvidos dos mares distantes histórias sobre a existência desse lugar. Não é menos verdade, contudo, que neste mundo, que são muitos, o tempo escorre, tangente à velocidade das transformações contemporâneas da paisagem. Porém, o que importa é o desvio.

Ao olhar para um lado e para o outro, percebemos, deambulantes, que por puro acaso, ou por sorte, estamos entre linhas que traçam fragmentos de caminhos que delineiam nosso olhar em um registro gráfico de movimentos entre a presença e a ausência.

Mapeamento de rastos de todo o vivido e acontecido nessa história sobre o trânsito de ser no tempo e a sua passagem pelos espaços.

Mas lembrem-se, derivar é verbo presente.

Norte? Sul? Não importa, não estamos tratando de direção, mas de um convite à experimentação da erraticidade imanente do pensamento. Para além de horizontes históricos, ilhas brotam, icebergs fervem, cores explodem. Esse mundo-arquipélago certamente é feito de forma difusa, vaga, incerta, flutuante, pois estamos entre caminhos, no meio, água, mar, gelo, fogo.

Contudo, caminhos imprecisos também praticam a solidez das pedras na escritura que pulsa um corpo irreprimível em ação.

Trata-se de uma atividade incansável em exercitar um desmanchamento de si com a prudência necessária ao se compor, decompor e recompor.

Um senhor chamado Proust disse certa vez que a verdadeira viagem de descoberta não consiste em ir a novos lugares, mas em ter outros olhos.

Aqui estamos: neste arquipélago de rotas e propostas de viagens diversas, mais do domínio da intensidade do que da extensão, Vânia Medeiros fez emergir com a força de seu traço e seu corpo no espaço percorrido, não uma cidade utópica do fundo do mar, mas caminhos fantásticos e diversos que nos promovem em deriva, um corpo-olho. Cada movimento é uma descoberta.

Pois bem, encontramos o que todos procuravam: Atlântida, um arquipélago de mundos de Vânia Medeiros.

Thais Graciotti para a exposição “Atlântida”, 2016.


Los mapas, resultado del trabajo del cartógrafo, son una distorsión de la realidad que selleva a cabo a través de la escala (lo que implica una decisión sobre cuáles son los detallesmás significativos), la proyección (que altera formas y distancias) y el símbolo (elemento gráfico que sintetiza las características de lo real). Sin estas señales, sería tan inútil comoel mapa de Bellman en la historia de Lewis Carroll, que pretendía representar el mar sinvestigios de tierra y que, en realidad, era una hoja de papel en blanco. Cuando JeanBaudrillard dice que “el territorio ya no precede al mapa, ni le sobrevive; en los sucesivo, será el mapa el que preceda al territorio”está anticipando la operatividad, legibilidad y democratización de los mapas en el mundo actual. Ya no herramienta exclusiva deexpertos sino de cualquier ciudadano que lleve uno en el bolsillo, el mapa nos conduce porla ciudad y nos permite habitar el espacio, aun a sabiendas de que ese papel es un ámbito falseando, jerárquico e incompleto.

El trabajo de Vânia Medeiros (Salvador de Bahía, Brasil, 1984) interpela la importancia delos mapas subjetivos, generados por la propia psique del ciudadano, como dispositivostácticos capaces de ofrecer conocimientos del espacio más allá del punto de vistapanóptico e impersonal que nos ofrece la cartografía tradicional. Su trabajo se materializa en diferentes formatos, especialmente en pinturas, publicaciones, instalaciones e intervenciones urbanas que sugieren la transformación de experiencias personales encaminos y paisajes. En este sentido, su trabajo es heredero del movimiento situacionista, para quien la desorientación y el desplazamiento serán cualidades inherentes a ladinámica de la metrópoli, convertida ahora en «un terreno de juego, de aventura y exploración» y donde el ciudadano se encontrará en un constante extravío.

Su propuesta para One Project incluye tres trabajos que reflexionan acerca de lanecesidad de establecer una cartografía de la ciudad basada en las experiencias y losrecuerdos, más que en la disposición de calles, edificios y plazas: "Atlantes", un objetocartográfico compuesto por rocas de jardín y placas de cerámica; la serie "Intuição" dondela artista indaga acerca de las unitées d'ambience enunciadas por el investigador francés Debord; y finalmente el ensamblaje "Variações sobre a grande linha vermelha", donde ncontramos una reflexión en torno a los procedimientos e indagaciones conceptuales deland art.

Carlos Delgado Mayordomo, curador da seção One Project de Art Madrid 2018

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